A Síndrome De Ansiedade Por Separação (SAS)

Uma Análise Profunda dos Desafios Comportamentais em Cães e Gatos

A Síndrome de Ansiedade por Separação (SAS) é um conjunto de respostas fisiológicas e comportamentais, exibidas por um animal na ausência de uma ou mais figura de apego, tornando-se um problema comportamental comumente reportado nos animais de companhia, em especial, dos cães e gatos.

 

Vale ressaltar que o medo e a ansiedade são estados emocionais que evoluíram por sua importante função na defesa dos organismos contra situações de risco ou de ameaça e essas emoções são altamente preservadas ao longo da evolução. Para animais que sofrem de ansiedade por separação, o vínculo com o tutor é um elemento essencial para a manutenção de sua estabilidade emocional, a separação com o tutor é um agente estressor levando à quebra da estabilidade emocional.

 

Compreender os sinais clínicos e os fatores causais de problemas comportamentais, como aqueles decorrentes da SAS, é de suma importância para o estabelecimento de uma relação humano-animal saudável e para a promoção do bem-estar dos animais de companhia. Sabe-se que a má compreensão das pessoas sobre comportamentos normais destes animais, leva a casos de abandono, maus-tratos, dentre outras consequências indesejáveis.

 

Os sinais comportamentais frequentemente relacionados à SAS são:

  •  Reatividade anômala, ou seja, intensa movimentação e agitação logo após a saída, seguida por inatividade prolongada;
  •  Vocalização excessiva, caracterizadas por choros, latidos e uivos em cães e miados em gatos;
  •  Eliminação de fezes e / ou de urina em locais inadequados;
  •  Comportamentos destrutivos, como por exemplo, morder objetos e mobiliários, arranhar portas e paredes, em especial os locais por onde saiu o tutor, escavar, dentre outros comportamentos direcionados ao ambiente;
  •  Autolimpeza excessiva e automutilação, causando dermatites por lambedura, injúrias na pele, remoção de pelos e outros tipos de ferimentos autodirigidos;
  •  No momento da chegada do tutor de volta à casa é comum a ocorrência de ‘recepções efusivas’ pelo cão com SAS. Os animais apresentam grande excitação, expressa por saltos, vocalizações frequentes e hiperatividade.

 

Compreendendo os sinais clínicos e os fatores causais de problemas comportamentais nos animais:

  •  É importante que se respeite a idade ideal para a adoção, em torno da sétima semana de idade, a fim de evitar outros problemas comportamentais ligados à má socialização dos filhotes.
  •  A falta de formação de vínculos por parte dos tutores tem sido relacionada a uma maior incidência de SAS. Isso se deve à falta de sensibilidade dessas pessoas às necessidades afetivas e de atenção dos cães, o que pode gerar insegurança nos animais quanto à disponibilidade e ao afeto do tutor. Considerando que os cães são animais sociais, a ausência de interações adequadas em ambientes confinados e carentes de estímulos pode comprometer seriamente seu bem-estar emocional.
  •  Tutores com níveis mais altos de neuroticismo (caracterizados como pessoas mais ansiosas e propensas a estados emocionais negativos) podem causar em seus animais maior ocorrência de hiperexcitação e reações de evitação a pessoas.

 

Tratando a síndrome de ansiedade por separação:
A SAS é um transtorno que pode ser minimizado, com um bom prognóstico de cura. Quando diagnosticada precocemente e tratada de modo adequado, o tratamento pode ser 100% eficaz. Em animais que têm suas necessidades emocionais, psicológicas e físicas atendidas, é baixa a probabilidade do desenvolvimento desta síndrome, portanto, os tratamentos visam reestabelecer o amplo atendimento de tais necessidades.

 

As quatro principais abordagens utilizadas para tratamento da SAS, são:

  1. Terapia comportamental
  2. Enriquecimento ambiental
  3. Administração de fármacos(sinais clínicos individuais devem ser levados em consideração para assim ministrar o tratamento mais indicado a cada situação/animal)
  4. Uso de feromônios sintéticos

 

A melhoria na qualidade da interação humano-animal depende de um relacionamento saudável entre os seres humanos com seus cães e gatos, nas diversas dimensões que essa relação se expressa, física, mental e emocionalmente. Assim, é possível melhorar o bem-estar geral de ambos, tanto dos animais, quanto das pessoas que com eles convivem.

 

A terapia comportamental em conjunto com o enriquecimento ambiental é eficaz na redução dos distúrbios comportamentais tanto para cães quanto para gatos, consistindo em:

  •  Reduzir a dependência do animal em relação a uma figura de apego;
  •  Estimular o animal a realizar atividades ‘positivas’ na ausência do tutor;
  •  Dessensibilização das partidas;
  •  Alterar os comportamentos na saída e na chegada à casa;
  •  Evitar punições e outros estímulos que eliciem medo.

 

Em última análise, melhorar a qualidade da interação humano-animal requer esforços contínuos para compreender e atender às necessidades de ambos os lados. Ao investir em estratégias de tratamento eficazes e promover uma relação baseada no respeito mútuo e no cuidado, podemos alcançar um ambiente harmonioso para todos os envolvidos.

 

Referências
1. Google Acadêmico. Síndrome da ansiedade de separação
   Disponível em: Site

 

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